DIABETES E GANHO OU PERDA DE PESO: É SEU CASO? LEIA ISSO COM ATENÇÃO!

diabetes e ganho ou perda de peso
Diabetes com ciência!

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Muitos diagnósticos de diabetes são feitos, quando o paciente vai ao médico procurar a causa de mudança inexplicada de peso.

Antes da descoberta da insulina (1921), as pessoas com diabetes, especialmente tipo 1, na fase aguda da doença, começavam a emagrecer de forma assustadora, até que o seu próprio organismo consumisse todas as gorduras e músculos, como forma de obter energia para sobreviver, e inevitavelmente chegavam a óbito através de um processo de “autodestruição”.

Por outro lado, há teses bem aceitas, que, algumas pessoas obesas têm uma diferenciação no seu tipo de células de gordura (especialmente gordura branca abdominal), que ao invés de se multiplicarem em maior número para armazenarem mais gordura, vão “inchando” (hipertrofia) até explodirem (chamado de apoptose), derramando a gordura armazenada na corrente sanguínea. Isso provoca uma reação do sistema imunológico, que inicia um ataque defensivo aos “corpos estranhos”: essa gordura. Mas esse ataque parece atingir também as células beta produtoras de insulina do pâncreas. E interessantemente, uma pequena perda de peso (7% do peso total) já é capaz de diminuir este estado de inflamação crônica, possivelmente pela redução da pressão por armazenamento de mais gordura.

A importância do acompanhamento do ganho ou perda de peso na diabetes

Nestes dois exemplos é possível perceber por que o controle do peso, e especialmente ganhos ou perdas inexplicadas e expressivas, deve ser acompanhado de perto por diabéticos.

Medicamentos que emagrecem e outros que engordam, excesso ou ausência de insulina, falta ou excesso de apetite causados pela doença, pela insulina ou por medicamentos e dieta inadequada são as causas mais comuns do “efeito sanfona” pelo qual diversos diabéticos passam.

Acompanhar o seu peso e reconhecer as causas de variações inexplicadas farão com que você possa ajustar seu tratamento, alimentação e controle da glicemia.

Seguem as situações mais usuais que tratam das variações de peso em diabéticos. Esperamos que ajude. Paz e saúde.

Por que alguns diabéticos perdem muito peso?

Em pessoas com diabetes, resistência ou falta de insulina impedem o corpo de mover a glicose do sangue para o interior das células para ser usada como fonte de energia.

Quando isso ocorre permanente e prolongadamente, o corpo começa a queimar gordura e músculos para sobreviver, causando uma redução no peso corporal.

A perda inesperada de peso é frequentemente observada em pessoas com diagnóstico de diabetes tipo 1, mas pode afetar também pessoas com diabetes tipo 2.

Frequentemente, presumimos que perda de peso é um fato bom e saudável. Claro que uma perda de peso intencional, lenta e constante através de uma mudança nutricional e de exercícios está associada a efeitos benéficos ao coração, pressão arterial e aos níveis de colesterol. A perda de peso pode ainda reduzir a “resistência à insulina” e tornar os músculos e os tecidos adiposos (gordura corporal) mais sensíveis aos níveis de insulina presentes no sangue.

O que causa perda de peso não intencional na diabetes?

Embora a perda de peso intencional em pessoas com diabetes seja geralmente uma coisa boa, a perda de peso não intencional não é.

Se o açúcar no sangue estiver muito alto, os diabéticos tendem a urinar muito (chamado de poliúria), o que pode resultar em perda de peso através de um processo de desidratação.

Além disso, a destruição muscular pode ocorrer se os açúcares estiverem muito altos prolongadamente, causando uma perda de peso prejudicial à saúde. Muitos diabéticos são diagnosticados ao irem ao médico devido à perda de peso inexplicada. Além da diabetes, existem diversas causas preocupantes de perda inesperada de peso que devem ser exploradas nestes casos, como doenças da tireoide e cânceres.

Em resumo, uma tentativa supervisionada de perder peso em pessoas que podem se exercitar sem riscos geralmente traz benefícios. No entanto, em certos casos, como quando o açúcar no sangue está muito alto ou muito baixo ou se houver uma doença cardíaca, isso pode ser perigoso.

Diabetes e perda de peso: quando consultar um médico?

Qualquer perda de peso inexplicada, em pacientes com ou sem diabetes diagnosticada, pode ser um sinal de açúcar elevado no sangue ou outra doença grave, e deve ser investigada.

Se você perdeu inexplicavelmente mais de 5% do seu peso normal, ou mais de 4,5 kg em menos de 12 meses, você deve consultar um médico. O caso é ainda mais urgente em pessoas com 65 anos ou mais. Pessoas nessa faixa etária podem precisar consultar um médico ainda que tenham perdido menos peso.

Aproximadamente 90% das pessoas com diabetes tipo 2 têm sobrepeso ou são obesas. Embora a obesidade muitas vezes contribua para o desenvolvimento de diabetes, o maior impulsionador do ganho de peso são os altos níveis de insulina que são encontrados bem antes do diagnóstico da diabetes (pré-diabetes).

Perda de peso em crianças

A perda de peso inexplicável pode ocorrer em pessoas com diabetes tipo 2, mas é mais comum em pessoas com diabetes tipo 1. A diabetes tipo 1 geralmente afeta crianças e adolescentes.

A perda de peso em crianças com diabetes pode ocorrer mesmo naquelas que têm um apetite normal ou até aumentado, pelas mesmas razões que ocorrem em adultos: diabetes. Depois que as crianças são diagnosticadas e tratadas, o peso retorna à normalidade.

Sintomas de diabetes em crianças

Os primeiros sinais característicos de diabetes em crianças são o aumento da micção e da sede. Quando a glicemia está alta, ele desencadeia uma reação que retira fluidos dos tecidos. Isso deixará a criança com sede constante, fazendo com que beba mais líquidos, o que resultará na necessidade de mais idas ao banheiro. A desidratação passa a ser um risco real.

Além dos sinais de desidratação, as crianças também podem apresentar:

  • olhos ou bochechas encovadas (profundas ou arroxeadas)
  • ausência de lágrimas ao chorar
  • grande irritabilidade
  • boca e língua secas
  • maior consumo de fraldas

A desidratação prolongada pode causar:

  • Fadiga
  • Náusea
  • Dores de cabeça
  • Tontura
  • Respiração rápida
  • Desmaio

Quais tipos de diabetes provocam ganho ou perda de peso?

A diabetes é uma doença crônica destrutiva se não tratada. Os sintomas costumam ser tão sutis e às vezes graduais que as pessoas não percebem que têm a doença. Há três tipos mais comuns de diabetes: tipo 1, tipo 2 e gestacional.

Em todas as formas, a diabetes funciona de maneira semelhante. Boa parte do alimento que ingerimos é quebrado em um carboidrato simples (açúcar) chamado glicose, que após é liberado na corrente sanguínea. Quando o nível de açúcar no sangue aumenta, o pâncreas libera insulina. A insulina é um hormônio necessário para o transporte da glicose da corrente sanguínea para o interior das células.

Quando não há insulina suficiente ou as células param de responder a ela, muita glicose permanece na corrente sanguínea. Quando a glicose não se move para o interior das células, o corpo pensa que está “morrendo de fome” e busca outras fontes de energia como compensação. Ele passa a criar energia queimando gordura e músculos em um ritmo rápido. Isso é o que leva à perda de peso inexplicável em pessoas com diabetes.

Quando há um acúmulo de açúcar na corrente sanguínea, os rins também começam a trabalhar muito para eliminar o excesso de glicose. Esse processo pode causar danos aos rins.

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3 Passos para Controlar a Diabetes

Por que diabéticos não emagrecem?

Uma aumento da resistência à insulina é problemática porque, entre outras funções, a insulina faz com que a glicose entre nas células para ser metabolizada na geração de energia. Se esses tecidos forem resistentes à insulina, mais insulina do que o normal, será necessária. Este é frequentemente o caso da pré-diabetes, que com o tempo e se não tratada, pode se transformar em diagnóstico de diabetes tipo 2.

Como resultado, ocorre um ciclo vicioso: quanto mais altos são os níveis de insulina, mais difícil é perder peso, pois a insulina é anabólica (promove a geração de energia no organismo), mas também é um hormônio que promove o armazenamento de gordura.

Por outro lado, quanto maior o nível de sobrepeso ou obesidade de uma pessoa, maior é a probabilidade de desenvolver níveis altos de insulina. Especialmente se tiver o tipo de “gordura errada”.

Essa é uma das razões pelas quais a recomendação “coma menos, e se exercite mais” não consegue diminuir o peso de alguns diabéticos:

Insulina engorda?

A glicose é uma fonte de energia originada pela ingestão de carboidratos. De forma (muito) simplificada, quando você consome carboidratos, o açúcar no sangue aumenta.

A insulina é produzida pelo pâncreas e desempenha muitas funções no organismo. Uma das funções da insulina é ajudar a tirar a glicose do sangue e levá-la para o interior das células. Para tanto, o nível de insulina aumenta proporcionalmente ao nível de glicose. Logo, quando você ingere carboidratos e a glicose aumenta, o nível de insulina liberada pelo pâncreas também aumenta.

Uma vez nas células, a glicose é usada principalmente para geração de energia.

Se você tem diabetes tipo 2 num estágio inicial (pré-diabetes), esse processo não funciona muito bem: seu corpo se tornou resistente ao sinal da insulina para a absorção de glicose. E você acaba com níveis elevados de açúcar no sangue depois de alimentar-se.

Ter níveis permanentemente elevados de açúcar no sangue é perigoso, então seu corpo responde fabricando mais e mais insulina para tentar reduzir a glicemia. Lembre-se de que a insulina tem muitas funções, não apenas facilitar a remoção da glicose do sangue.

A insulina também atua promovendo o armazenamento de gordura e bloqueando a liberação de gordura das regiões onde ela já esteja armazenada. Então, ao invés de perder peso, você continua ganhando mais gordura, graças a toda aquela insulina.

As dietas normalmente recomendados costumam deixar você com a glicemia alta

Se você é como a maioria das pessoas com diabetes tipo 2, disseram-lhe para controlar o consumo de carboidratos e de calorias em geral, e eventualmente para fazer pequenas refeições ao longo do dia para manter estável o nível de açúcar no sangue.

Mais raramente, foi aconselhado ainda a contar os carboidratos e a comer o suficiente para manter a glicose em níveis normais, mas depois de tomar medicamentos para baixá-la. Parece confuso?

Como resultado, o que muitos descobrem é que estão sempre com fome, sempre pensando em comida e enfrentando desejos. O que está em ação é um instinto de sobrevivência que mesmo a pessoa mais obstinada dificilmente consegue suportar por muito tempo.

Esta é uma situação em que sua fisiologia está lutando contra você. Pior ainda, essas pequenas refeições frequentes podem criar picos de glicemia seguidos por quedas no açúcar no sangue – uma montanha-russa de glicose no sangue que estimula a fome frequente.

Alguns medicamentos para diabetes podem provocar ganho de peso

Lembra-se de como a insulina do seu corpo é um hormônio de armazenamento de gordura? Isso também é verdade para a insulina que foi prescrita a você, seja administrada por injeção ou por bomba. É por isso que um efeito colateral comum da insulina prescrita é o ganho de peso.

Outra classe de medicamento para diabetes tipo 2, as sulfonilureias, atuam estimulando o pâncreas a produzir mais insulina. E, mais uma vez, mais insulina em seu corpo significa mais armazenamento de gordura, mais fome e mais ganho de peso.

Qual é a solução para diabéticos perderem peso?

Pessoas que vivem com diabetes tipo 2 são resistentes à insulina, o que significa que seus tecidos não estão respondendo como deveriam ao hormônio.

A solução mais direta é diminuir a própria fonte de açúcar elevado no sangue: o consumo de carboidratos e ajustar a medicação ao estritamente necessário.

Na verdade, a resistência à insulina pode ser melhor definida como “intolerância a carboidratos”, porque quando os carboidratos são consumidos por alguém que é resistente à insulina, a glicemia não é estabilizada de forma eficaz. Portanto, ao comer menos carboidratos, reduzimos a entrada de glicose no sangue e diminuímos a liberação de insulina, a necessidade de insulina exógena e de medicamentos em geral.

A cetose nutricional é um estado metabólico natural no qual seu corpo usa, como principal combustível, gordura ao invés de carboidratos. Enquanto o consumo de carboidratos provoca picos de açúcar no sangue, o consumo de gordura não, tornando-se uma fonte melhor de combustível para pessoas com resistência à insulina.

Em um ensaio clínico, voluntários perderam em média 12% de seu peso inicial em seis meses com o uso de tratamento médico que incluía o emprego de cetose nutricional. Com isso, 56% dos pacientes com diabetes tipo 2 reduziram sua hemoglobina glicada para níveis de não diabéticos.

Minha diabetes está controlada, mas por que estou ganhando peso?

Fazer exercícios, alimentar-se bem e manter um peso saudável são metas que estão no centro de todo plano de tratamento para diabetes tipo 2. E, para algumas pessoas, isso é o suficiente.

Quando não é, a terapia com insulina é uma das opções de tratamento que são indicadas para alguns pacientes. Mas entre os possíveis efeitos colaterais do uso da insulina está o ganho de peso.

Isso pode se tornar um ciclo sem fim para pacientes que precisam controlar a glicemia e o peso. Você pode ficar frustrado ao sentir que o tratamento é parte do problema.

Com a diabetes, manter o açúcar no sangue sob controle é uma tarefa crucial. A insulina é usada porque funciona quando outros tratamentos não são eficazes ou não são indicados (quando não devem ser usados porque podem ser prejudiciais a algum paciente em particular). Tipos de insulina de baixo custo estão associados a maior ganho de peso.

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3 Passos para Controlar a Diabetes

Como quebrar o ciclo do ganho de peso com o uso de insulina?

De certa forma, o ganho de peso é um sinal de que a insulina está funcionando, de que seu corpo está utilizando açúcar, gordura e proteína de forma mais eficaz e está sendo capaz de armazenar nutrientes.

Normalmente, seu apetite aumenta quando o açúcar no sangue está mais alto. Este é um dos principais sintomas da diabetes. Quando seu corpo está utilizando melhor os nutrientes e é capaz de armazená-los, a ingestão de alimentos deve ser ajustada para a manutenção do mesmo peso.

Você precisará fazer ajustes maiores se estiver tentando perder peso. Se a ingestão de alimentos (quantidade e tipos) não for ajustada, é provável que você ganhe peso.

Não só a insulina causa aumento de peso em diabéticos

Mas a insulina não é necessariamente o único fator de ganho de peso.

Quando você está controlando a diabetes, seu corpo tem uma chance melhor de se reidratar, o que também pode causar um leve ganho de peso. Obviamente, a desidratação é um risco para quem têm diabetes (micção frequente e sede são dois sinais comuns da doença).

Às vezes, medicamentos usados em outras doenças também fazem com que você ganhe peso.

Alternativas para perda de peso por diabéticos com uso simultâneo de insulina

Então, quais são suas opções se o ganho de peso e a insulina forem um problema? Experimente estas três dicas:

1. Aumente a aposta na dieta + exercícios

As respostas mais básicas (e importantes) são ajustar sua dieta e exercícios. Converse com seu médico e nutricionista sobre um plano alimentar que leve em consideração os efeitos da insulina. Aumente um pouco mais as atividades ou exercícios a cada dia. Às vezes, a dosagem de insulina deve ser ajustada (geralmente reduzida) durante os exercícios.

Não ajuste a dosagem ou horários de sua insulina para acomodar a ingestão de mais calorias. Você pode acabar ganhando mais peso.

2. Dê uma olhada mais de perto em seus medicamentos

Se você não for capaz de compensar o ganho de peso reduzindo a ingestão de calorias e adicionando mais atividades, tente avaliar que tipo de insulina você está tomando. Outros tipos, como os análogos da insulina (insulina humana modificada) podem causar menor ganho de peso.

Alguns medicamentos, descritos mais adiante, para a diabetes tipo 2 podem causar perda de peso, como um benefício colateral. Você pode discutir com seu médico se o uso desses medicamentos é apropriado para você. E se forem usados, você provavelmente terá que ajustar a dose de insulina.

O inverso também é verdadeiro. Se você estiver tomando outros medicamentos para diabetes com a insulina, descubra se o ganho de peso não é um efeito colateral desses medicamentos. Se for o caso, vale à pena perguntar ao médico se outro medicamento pode ser apropriado.

3. Decida os detalhes com o seu médico

A melhor coisa que um paciente pode fazer em uma consulta médica é perguntar. Certifique-se de compreender todas as razões pelas quais você pode estar ganhando peso, quais medicamentos você está tomando que têm esse efeito colateral e quais são as alternativas que estão disponíveis.

Um teste de rastreamento para hormônio tireoidiano (um teste de sangue chamado TSH) é indicado para afastar distúrbios da tireoide como causa de aumento de peso.

Custos

Você também pode querer saber sobre os custos diretos de cada medicamento específico. Alguns são caros e você precisa considerar se pode pagar por esses medicamentos a no longo prazo. Neste caso, pergunte ao médico sobre outros medicamentos da mesma família que possam ser usados ou mesmo sobre uso de genéricos.

Gerenciar a diabetes é um desafio e seu plano de tratamento tem que funcionar para você, em todos os aspectos, para que possa ser seguido com constância.

Se você fizer as escolhas certas de estilo de vida, poderá minimizar a necessidade de medicamentos. Isso significa menos custo, menos efeitos colaterais e uma sensação geral de bem-estar.

Medicamentos para diabetes que promovem perda de peso

Alguns medicamentos para diabetes que ajudam a regular os níveis de glicose no sangue – incluindo metformina (Glifage), liraglutida (Victoza ou Saxenda), dulaglutida (Trulicity), sitagliptina (Januvia), saxagliptina (Onglyza), canagliflozina (Invokana), dapagliflozina (Farxiga), e empagliflozina (Jardiance) – podem promover a perda de peso e ainda permitir a redução da dose de insulina. Pergunte ao seu médico se estes ou outros medicamentos podem ser usados como parte do seu plano de tratamento da diabetes.

Outrossim, é importante aplicar a insulina como receitado. Não se deve pular ou reduzir as doses de insulina simplesmente para evitar o ganho de peso. Embora se possa perder algum peso ao se usar menos insulina do que o prescrito, os riscos são sérios. Sem insulina suficiente, seu nível de açúcar no sangue aumentará – e também o risco de complicações da diabetes.

Como a perda de peso afeta o diabetes tipo 2?

Perder peso tem muitos benefícios para pessoas com diabetes tipo 2, incluindo melhor controle sobre a glicemia.

Perder peso, quando necessário, deve estar no topo da lista de metas pessoais de pessoas com diabetes tipo 2 pois o excesso de peso aumenta a resistência à insulina, tornando o gerenciamento da glicemia mais difícil.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 90 por cento das pessoas com diabetes tipo 2 estão com sobrepeso ou obesas. Algumas pesquisas indicam que quanto mais tempo alguém tem um índice de massa corporal alto, ou IMC (uma medida comum de sobrepeso ou obesidade), maior é o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

Tecidos adiposos são ativos, liberam e respondem a hormônios que aumentam o risco de síndrome metabólica, o que pode incluir diabetes. Mas perder pelo menos 4,5 kg pode fazer uma grande diferença para melhorar sua saúde e seus níveis de açúcar no sangue.

Qualquer pessoa que já tentou perder e manter um peso mais indicado sabe que isso não é exatamente simples. É possível, e os benefícios para as pessoas com diabetes são grandes, mas como começar? Os especialistas dizem que a maneira certa de perder peso é incorporar uma dieta saudável ao seu plano geral de controle do diabetes.

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3 Passos para Controlar a Diabetes

Como perder peso tendo diabetes

Veja como começar no caminho para o sucesso na perda de peso, como medida de tratamento da diabetes.

1. Estabeleça metas pequenas e realistas

Perder peso é uma coisa; manter o peso baixo de forma prolongada é outra bem diferente. Embora todo mundo queira perder alguns quilos nos primeiros dias de uma dieta, as dietas drásticas e planos de exercícios extremos não são sustentáveis. A melhor alternativa costuma ser fazer pequenas mudanças, uma de cada vez, e que possam ser mantidas a longo prazo.

Tentar transformar o corpo de uma só vez pode ser a receita para o fracasso. Ao invés disso, estabelecer metas pequenas e realistas, como caminhar ao redor do quarteirão quatro vezes por semana ou comer sobremesa apenas nos finais de semana, em vez de todos os dias, são muito mais facilmente atingíveis.

Depois que cada pequena meta se tornar um hábito, pode se passar para o próximo objetivo. Haverá uma sensação de realização conforme se progride em direção ao objetivo final de perda de peso. E claro, contratempos surgirão, porém o importante é não desistir!

2. Exercitar-se

Estudos demonstram que a dieta é o fator mais importante para perda de peso, mas o exercício é chave para manter os quilos perdidos com o tempo. Uma pesquisa mostra que as pessoas que aumentam a atividade física junto com a redução da ingestão de calorias perderão mais gordura corporal do que as pessoas que apenas fazem dieta.

Um estudo publicado em março de 2019 publicado na Revista Obesidade descobriu que o exercício era realmente mais importante do que a dieta para a manutenção da perda de peso entre pessoas que perderam 13 kg ou mais.

Segundo o Registro do Controle Nacional de Peso (NWCR), um banco de dados de 10.000 homens e mulheres americanos que alcançaram uma redução significativa de peso e conseguiram mantê-lo: cerca de 90 por cento das pessoas que alcançaram e mantiveram sua meta de perda de peso disseram que se exercitam, em média, cerca de uma hora por dia. A maioria das pessoas no registro escolheu caminhar como sua forma de exercício.

Diretrizes para exercícios para diabéticos

O mínimo recomendado, observadas as condições pessoais, é de 150 minutos de exercícios moderados por semana, equivalentes a 30 minutos por dia, pelo menos 5 dias por semana. Para atingir a meta da Associação Americana de Diabetes de assistir a menos de 10 horas de TV por semana, dê uma volta de 10 minutos no quarteirão após o jantar, ou estacione um pouco mais distante e adicione alguns degraus de escada ao seu dia. Todas as mudanças incrementais, ainda que aparentemente pequenas, fazem uma grande diferença ao longo do tempo.

3. Programar as refeições

Uma característica comum entre os participantes do NWCR é que a maioria deles toma café da manhã. Acredita-se que pular o café da manhã pode levar a comer demais no decorrer e em especial no final do dia, o que pode sabotar os planos de perda de peso e causar flutuações indesejadas nos níveis de açúcar no sangue.

Especialistas dizem que uma dieta eficaz para a diabetes envolve comer três refeições em horários regulares, o que provoca um melhor controle da glicemia. E uma boa opção é jantar o mais distante possível do horário de deitar-se. Estudos indicam que dormir logo após alimentar-se está correlacionado à glicemia alta. A recomendação é de jantar pelo menos três horas antes de ir dormir.

4. Cortar calorias

Ingerir muitas calorias e muita gordura pode aumentar os níveis de glicose no sangue. Cortar calorias é chave para perder peso.

Porém simplesmente cortar calorias pode não produzir o efeito esperado, pois nosso metabolismo é capaz de se adaptar rapidamente a essas medidas. Primeiramente, deve-se encontrar o número certo de calorias a serem consumidas diariamente, o que depende de uma série de fatores – idade, sexo, peso atual, nível de atividade, tipo de corpo. O passo seguinte é a definição das proporções de macronutrientes a serem consumidos.

Os macronutrientes se dividem em carboidratos, proteínas e gorduras. Os carboidratos simples são aqueles que aumentam a glicemia mais rapidamente e, portanto, devem ser evitados ou consumidos com (muita) moderação.

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5. Consuma fibras

Cortar calorias nem sempre é fácil, especialmente se você sente fome logo após terminar sua refeição. Adicione fibras à refeição: seu corpo não consegue quebrar este carboidrato vegetal, então o processo de digestão é retardado, o movimento pelo sistema digestivo é mais lento, o que evita altas repentinas dos níveis de açúcar no sangue (hiperglicemia).

Alimentos ricos em fibras tendem a ter menos calorias, portanto, você pode comer um volume maior deles do que de outros alimentos com o mesmo número de calorias. Como eles demoram mais para serem digeridos, podem ajudá-lo a se sentir satisfeito por mais tempo. Um estudo publicado no Jornal da Nutrição demonstra que comer mais fibras auxilia na manutenção da dieta e a perder mais peso, além de auxiliar substancialmente no controle da glicemia.

De acordo com as Diretrizes Dietéticas Americanas de 2020-2025 do Departamento de Agricultura (USDA), as mulheres de 31 a 50 anos devem consumir pelo menos 25 gramas de fibra diariamente, enquanto os homens na mesma faixa etária devem comer cerca de 31 gramas. Com a idade, as necessidades de calorias e nutrientes diminuem: mulheres com 51 anos ou mais precisam de cerca de 22 gramas por dia, enquanto os homens com mais idade precisam de aproximadamente 28 gramas.

Experiência pessoal

A maioria de nós não chega nem perto de alcançar o indicado nessas diretrizes. Então encontrar maneiras de incorporar alimentos ricos em fibras, incluindo grãos inteiros, vegetais, frutas, legumes (como o feijão) e nozes, em mais refeições será muito positivo para a sua glicemia.

Como nota pessoal, podemos citar a experiência de um diabético que acrescentou uma colher de farinha de linhaça e outra de chia às saladas consumidas no almoço e no jantar. O resultado, em 30 dias, foi uma redução média de glicemia de quase 10% (de 122 mg/dL para 112 mg/dL), que é praticamente igual ao efeito de um medicamento hipoglicemiante moderno. Adicionemos ainda um melhor funcionamento e regularidade da digestão e o fortalecimento de um microbioma (bactérias intestinais) mais saudável, como benefícios adicionais, e que se traduzem em benefícios diretos à saúde.

6. Acompanhe seus objetivos e progresso

Anotar os detalhes de sua jornada para perder peso ajuda a definir metas saudáveis ​​e a observar padrões. Você será capaz de avaliar seu progresso ao longo do tempo, bem como perceber quando sua dieta pode estar se desviando do caminho.

Experimente anotar todos os alimentos que ingere, incluindo o tamanho das porções, em um diário todos os dias. Não é fã de papel e caneta? Experimente um dos muitos aplicativos gratuitos disponíveis. Pesar-se pelo menos uma vez por semana também é recomendável como forma de acompanhar seu progresso. Você também pode anotar quando se exercitou, o que fez e como se sentiu depois.

7. Obtenha ajuda

Ficar motivado para seguir um plano de perda de peso pode ser difícil quando se está sozinho. Conectar-se com outras pessoas pode fornecer o suporte emocional de que você precisa para evitar desistir. Muitos programas de perda de peso baseiam-se no conceito de que as redes de suporte ajudam na motivação.

8. Use truques para evitar comer demais

Algumas estratégias podem ajudar a evitar que você exagere em alimentos prejudiciais a sua dieta.

  • Comece a sua refeição pelos alimentos de baixos carboidratos e calorias. Os vegetais sem amido, como os folhosos (alface, rúcula, couve, acelga etc.), são a entrada perfeita. Quando for a vez de outros alimentos, e se adicionar as fibras acima mencionadas, você já estará praticamente saciado.

  • Mude o seu sistema de molhos para salada. Em vez de polvilhar ou derramar molho na salada, mergulhe o garfo no molho (em um prato à parte, por exemplo) e depois use-o na salada a cada mordida. Você ficará surpreso com a redução do consumo de molho e de calorias.

  • Comece um hobby que use as mãos. Se você estiver ocioso, estará mais propenso a comer, mesmo se não estiver com muita fome. Mantenha-se ocupado com atividades do seu agrado, como caminhadas, tricô, palavras cruzadas, jardinagem e tantos outros.

  • Leve com você escova e pasta de dentes. Quando os desejos surgirem, escovar os dentes com pasta de dente com sabores intensos, como hortelã ou menta, pode diminuir a vontade de comer.

É fundamental continuar se alimentando de forma saudável e praticando exercícios regularmente, mesmo depois de atingir sua meta de perda de peso. Esta é a causa da necessidade de se definir metas realistas desde o início, para que os hábitos saudáveis ​​que você adotou para perder peso possam durar por um longo, muito longo período.

Medicamentos para diabetes que podem ajudar a perder peso

Existem medicamentos para diabetes que não apenas melhoram o controle do açúcar no sangue, mas também podem levar à perda de peso.

Uma classe desses medicamentos é chamada de agonistas de GLP-1 (agonistas do peptídeo 1 semelhante ao glucagon).

A perda de peso pode variar dependendo do medicamento agonista de GLP-1 que você usa e da sua dose. Mas ela é em média de cerca de 1,5 a 2,5 kg. Uma pesquisa demonstrou que esses medicamentos podem levar a uma perda adicional de peso em torno de 2,8 a 4,2 kg, se você estiver tentando ao mesmo tempo perder peso por meio de mudanças no estilo de vida.

Esses medicamentos imitam a ação de um hormônio chamado peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1). Quando os níveis de açúcar no sangue começam a subir depois que alguém se alimenta, esses medicamentos estimulam a secreção de mais insulina, o que ajuda a controlar a glicemia.

Medicamentos agonistas de GLP-1 causam perda de apetite

Não está muito claro como esses medicamentos levam à perda de peso. A melhor hipótese é que eles parecem ajudar a suprimir o apetite. Essas drogas, assim como as fibras, também diminuem a velocidade do movimento dos alimentos do estômago para o intestino delgado. Como resultado, você pode se sentir saciado mais rapidamente e por mais tempo. Logo acaba comendo menos.

Além de ajudar a controlar o açúcar no sangue e a aumentar a perda de peso, os agonistas de GLP-1 parecem ter outros benefícios significativos. A pesquisa descobriu que alguns medicamentos desta classe podem diminuir o risco de doenças cardíacas, incluindo insuficiência cardíaca.

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Medicamentos GLP-1 disponíveis

Os medicamentos para diabetes na classe agonistas de GLP-1 incluem:

  • Dulaglutida (Trulicity), administrado através de injeção semanal
  • Exenatida (Byetta), administrado também através de injeção semanal, na versão estendida, ou duas vezes ao dia no formato padrão.
  • Semaglutida (Ozempic), administrado através de injeção semanal.
  • Liraglutida (Victoza e Saxenda), administrado através de injeção diária.
  • Lixisenatida (Soliqua e Lyxumia), administrado através de injeção diária.

As pessoas que tomam esses medicamentos notaram ainda melhorias na pressão arterial e nos níveis de colesterol, embora não esteja claro se esses benefícios vêm da medicação ou da perda de peso.

As desvantagens dos medicamentos estimuladores do GLP-1 são:

  • alto custo
  • administração via injeção, que causa resistência nos pacientes.

Há um medicamento desta classe administrado por via oral, mas que não está disponível no País no momento.

Efeitos colaterais

E, como qualquer medicamento, existe o risco de efeitos colaterais, alguns graves. Os efeitos colaterais mais comuns geralmente desaparecem depois do uso da medicação por algum tempo.

Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem:

  • Náusea
  • Vômito
  • Diarrria

Estes medicamentos são projetados para pessoas com diabetes tipo 2. Há ainda um medicamento que contém uma dose mais elevada de liraglutida (Saxenda), aprovado para o tratamento da obesidade em pessoas que não têm diabetes.

Se você tem diabetes e quer saber se um desses medicamentos pode ser útil para você, converse com seu médico.

Outra classe de medicamentos para diabetes que causam perda de peso

Outra classe de medicamentos usados para o controle da glicemia são os denominados antagonistas de SGLT2, que atuam promovendo a excreção de glicose através da urina.

A quantidade de glicose excretada na urina corresponde a aproximadamente 75 gramas, ou aproximadamente 300 kcal e, como consequência, causa redução discreta do peso corporal.

Seguindo as diretrizes da Associação Americana de Endocrinologia Clínica , os indivíduos que precisam de uma terapia de controle de glicemia e que desejem perder peso são geralmente tratados com metformina e um SGLT2i ou um agonista de GLP-1.

Embora houvesse algum interesse na utilização de inibidores de SGLT2 no tratamento de diabetes tipo 1 para controle do ganho de peso comumente visto nesta população, ela durou pouco devido à exposição ao risco de cetoacidose.

Medicamentos disponíveis

Efeito médio de perda de peso de medicamentos desta classe:

  • Empagliflozina (Jardiance): entre 1,5 kg a 2,1 kg
  • Dapagliflozina (Forxiga): entre 0,46 kg a 2,16 kg
  • Canagliflozina (Invokana): entre 2 a 2,4 kg

É importante atentar que a perda de peso com os inibidores de SGLT2 é limitada se houver um aumento na ingestão de alimentos, como consequência da diminuição da glicose.

Leve com você

Acompanhar e controlar o peso é fundamental para o adequado tratamento da diabetes e um esforço neste sentido é capaz de produzir resultados muito positivos na administração da doença. Pense nisso!

Variações inexplicadas de peso de mais de 5% do peso corporal ou de mais de 4,5 kg devem ser investigadas rapidamente, especialmente em pessoas com mais idade.

Alguns medicamentos podem produzir redução de peso, porém há de se levar em conta as desvantagens dos efeitos colaterais e altos custos. Mas como princípio, inclusive médico, vale dizer que “seu corpo, suas regras”.

Alguns artifícios comportamentais no dia a dia podem ajudar a suprimir a fome, o excesso de consumo de alimentos e a reduzir a medicação. Experimente e adote aqueles que melhor funcionarem para você.

Esperamos ter ajudado! Paz e saúde!

Recomendações

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Fontes:

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3 Passos para Controlar a Diabetes

2 thoughts on “DIABETES E GANHO OU PERDA DE PESO: É SEU CASO? LEIA ISSO COM ATENÇÃO!

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